Drowning Girl


Na aula do passado dia 21 de novembro falámos de Andy Warhol no contexto do dinheiro e a arte e vimos algumas das obras mais icónicas do movimento da Pop Art, sendo uma delas Drowning Girl (1963), de Roy Lichtenstein. Uma vez que o meu autoretrato vai dialogar com esta imagem, parece-me fundamental partilhar convosco a análise que faço da mesma.
Como sabemos, a Pop Art reintroduz o figurativo pelo meio da representação daquilo que as massas consomem, no entanto fá-lo com o intuito de redirecionar a atenção do espectador para algum aspeto que pretende criticar. Lichtenstein faz uso das tiras de bandas desenhadas, recorta-as e cria uma composição nova. Recupera a linguagem pop da BD e diferencia-a das restantes imagens comerciais. Roy Lichtenstein e Andy Warhol marcaram o fim do Expressionismo abstrato e foram os principais impulsionadores do movimento Pop Art.
No seu trabalho, o artista, integra imagens populares e constrói imagens dramáticas onde o elemento escrito desempenha um papel central na alusão à narrativa sentimental, é através desta estratégia que parodia as massas com os clichês concebidos pela cultura de massas, que o artista acaba por enfatizar, desafiando a high art.

                   
Vemos um grande plano do rosto de uma personagem feminina e dos seus olhos cerrados escorrem lágrimas que combinam com a água que a envolve. A ação está suspensa neste momento em que a emoção trágica ocorre, não vemos o que está por detrás destas circunstâncias e podemos apenas calcular o seu fim dramático, porém segundo o que a linguagem da banda desenhada nos prepara, vemos o seu pensamento: “I don’t care! I’d rather sink than cal Brad for help!
            Com este texto visual, conseguimos melhor interpretar a sátira às paixões frustradas e também a consequente industrialização da emoção contida no rosto quase submerso. Esta personagem apresenta-se como uma vítima dos seus sentimentos, uma vez que as lágrimas podem indicar que se afoga na sua própria dor. Apesar das condições em que se encontra, mantém-se orgulhosa e prefere afogar-se a aceitar a ajuda de Brad, que está fora da representação. Está a escolher ceder à imensa força da natureza do que ceder ao poder que Brad poderá ter sobre a personagem representada.
            Lichtenstein altera as narrativas conforme o clichê que pretende criticar, neste caso é a narrativa do romance melodramático direcionado ao publico feminino. O que me lembra uma frase da artista neo-conceptual Jenny Holzer (1950-) “Romantic love was invented to manipulate women.
            É possível fazer uma relação com Great Wave off Kanagawa, de Katsushika Hokusai. A enorme onda produz a sensação de sublime pelo distúrbio da força da natureza em comparação com a impotência do ser humano. Lichtenstein quis também transmitir essa perturbação.  

            Para saberem de que forma é que este quadro dialoga com o meu autoretrato apareçam na aula dia 5 de dezembro!

Leonor Wong Castelo nº151034



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