Biblioterapia


Nos dias de hoje estamos cada vez mais familiarizados com terapias alternativas ou complementares. Por isso, partilho esta terapia complementar que me parece muito benéfica para todos: a biblioterapia!
            Alain de Botton, coautor do livro Art as Therapy, que acompanha a nossa unidade curricular, é um dos impulsionadores desta prática. Após visualizar o vídeo “What is Literature for?” (https://www.youtube.com/watch?v=4RCFLobfqcw) do seu canal de YouTube The School of Life, apercebi-me que, muitas vezes, quando aconselhamos um livro a um amigo, estamos a fazer o papel de biblioterapeuta. Provavelmente porque lemos a obra, conhecemos bem essa pessoa e sabemos que se pode relacionar e libertar os seus sentimentos reprimidos.
            Assim como Art as Therapy nos demonstra, também os livros são uma ferramenta para melhor nos relacionarmos com os nossos próprios sentimentos e os acontecimentos do mundo que nos rodeia.



            De acordo com o Dicionário Online da Língua Portuguesa da Porto Editora, a biblioterapia consiste no “tratamento de doenças através da leitura de livros”.  
            O bem-estar além de ser físico deve ser social e mental. Nestas últimas duas componentes a biblioterapia desempenha um papel importante, pois potencia o desenvolvimento pessoal e estimula a inteligência emocional do leitor. Uma das mais valias desta terapia é que não é invasiva, uma vez que a relação estabelecida entre o leitor e o texto é de carácter pessoal, sendo muito íntima. A bagagem emocional de cada leitor, o seu capital cultural e a sua dimensão intelectual dialogam numa dinâmica única com o livro. O leitor é o mediador da sua leitura e sai enriquecido da experiência da interpretação que faz do texto. Tem um papel ativo e muito independente no processo terapêutico.
            A biblioterapia baseia-se na ideia de que através de leitura especificamente selecionada e orientada para o perfil do leitor, os seus problemas, medos ou obstáculos possam ser ultrapassados, promovendo o desenvolvimento pessoal e por consequência, o social. O processo consiste em fazer pontes entre a experiência pessoal, intelectual e espiritual com o mundo construído mentalmente a partir dos livros. A partir daí o desafio é ser capaz de distanciar a realidade, dando tempo à reflexão, para rever conceções, descobrir novas sensações, pensar de forma crítica e finalmente identificar novas soluções para aplicar na vida pessoal.
            Através das experiências das personagens o leitor tem a possibilidade de melhor compreender e expressar os seus próprios pensamentos, obter uma perceção mais esclarecida da sua condição ou de encontrar novos modelos de resposta quando estimulado por situações análogas. É desta forma que a terapia promove o autoconhecimento do leitor.
            Um livro é sempre diferente aos olhos de quem o lê e, por isso, a biblioterapia não é uma ciência, pois a metodologia adapta-se ao leitor e obtém resultados únicos.
            Em Portugal já existem biblioterapeutas desde 2016, sendo possível marcar-se consulta. Os principais biblioterapeutas são: Sandra Barão Nobre e César Ferreira.

Leonor Wong Castelo nº151034




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