"Andorinha" Autorretrato

Bom dia,
Devido a uma sugestão vou deixar um pequeno post com o meu autorretrato.

O meu autorretrato começou numa introspeção acerca do que me definia. Cheguei à conclusão de que não seria possível chegar a um termo pois seria um mero rótulo. No entanto conclui que sou definida pela experiencia e aquilo que ela fez de mim. Citando Valter Hugo Mãe em O Filho de Mil Homens: -"Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa para pessoa, que nunca estaremos sós".
Grande parte da minha experiencia foi ter vivido e viver entre sítios e nunca ficar por um só lugar muito tempo, vivendo na saudade constante de outro lugar onde não estou, o típico saudosismo português de alguma forma.

Decidi representar os 3 locais onde vivi e como estes locais me moldaram e definiram, são 3 camadas do um ser só.

Andorinha (2019)
1ª camada- Lamego- A camadas base, os dados adquiridos e o que é intrínseco, a cultura que herdei e declarei minha. Inspirei-me em cores que estiveram presentes na minha infância: o rosa salmão da minha casa, o amarelo do meu quarto, etc. Esta camada é feita com feltragem de lã e pequenas saliências.


2ª camada- Porto- O crescimento artístico. A morada temporária e a constante mudança. A experiência e o mundo urbano fora da pequena cidade.Inspirei-me numa frase de Frida Kahlo "pintei flores para que elas não morressem". Esta camada é feita com bordados sob plastico e um pequeno patchwork . 


3ª camada- Lisboa- O agora, O inesperado. A vida que acontece e ainda é construída. Como o meu pai me ensinou “Maria Beatriz vive um dia de cada vez”. Inspirei-me numa frase de Dante "incipit vita nova" e por isso deixei esta camada inacabada como a representação de um presente que ainda se constrói. Esta camada é feita com bordados sob organza.


No que se refere à apresentação, todos os comentários foram deveras gratificantes, deixo o meu agradecimento.
Maria Beatriz Pinto
nº153107

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