A Musicalidade de Alexander Search

Hoje venho partilhar o projeto musical "Alexander Search".

Imagem retirada do site: https://www.rtp.pt/antena1/os-dias-da-radio/alexander-search-concertos_10218


Entre os eu's de Fernando Pessoa, temos o semi-heterónimo de Alexander Search, criado em 1899. Com este nome, o poeta não só escrevia em português, como em inglês e foi essa particularidade que despertou o interesse de Júlio Resende. O músico pretende reproduzir a musicalidade que os poemas de este semi-heterónimo já têm por si só; e em conjunto com outros músicos cria a banda que tem como nome o próprio semi-heterónimo: Alexander Search.

A Júlio Resende, que fica a cargo das teclas, juntam-se Salvador Sobral, na voz; Joel Silva, na bateria; Daniel Neto, na guitarra; e André Nascimento na componente eletrónica.

Os membros da banda não se apresentam com os seus nomes, mas sim com heterónimos ingleses de Fernando Pessoa. A banda é, então, composta por Benjamim Cymbra na voz, Augustus Search nas teclas e na composição, Mr. Tagus na bateria, Sgt. William Byng na eletrónica e Marvel K. na guitarra.

"A Day Of Sun" foi o poema escolhido para dar a conhecer este projeto ao público. 

Lanço-vos um desafio: leiam primeiro o poema e só depois ouçam a música.


A DAY OF SUN

I love the things that children love
Yet with a comprehension deep
That lifts my pining soul above
Those in which life as yet doth sleep.

All things that simple are and bright,
Unnoticed unto keen‑worn wit,
With a child's natural delight
 That makes me proudly weep at it.

I love the sun with personal glee,
The air as if I could embrace
Its wideness with my soul and be
A drunkard by expense of gaze.

I love the heavens with a joy
That makes me wonder at my soul,
It is a pleasure nought can cloy,
A thrilling I cannot control.

So stretched out here let me lie
Before the sun that soaks me up,
And let me gloriously die
Drinking too deep of living's cup;

Be swallowed of the sun and spread
Over the infinite expanse,
Dissolved, like a drop of dew dead
Lost in a super‑normal trance;

Lost in impersonal consciousness
And mingling in all life become
A selfless part of Force and Stress
And have a universal home;

And in a strange way undefined
Lose in the one and living Whole
The limit that I call my mind,
The bounded thing I call my soul.






A música correspondeu às vossas expectativas? O que sentiram?
Deixem nos comentários as vossas opiniões sobre a música e sobre este projeto tão pouco reconhecido.


Deixo-vos também o álbum completo da banda que junta 14 poemas deste heterónimo de Pessoa.





Bibliografia:




Telma Roque
151184

Comentários

Mensagens populares