A (i)moralidade de Damien Hirst

Damien Hirst (1965-), é um artista britânico que usa a morte como o tema principal das suas obras, tal como ilustra a série Natural History, que apresenta corpos de animais mortos, por vezes dissecados, e conservados em formaldeído. Uma das peças mais conhecidas desta série é The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living (1991) (reproduzida abaixo), que consiste no corpo de um tubarão tigre; refira-se que devido à decomposição do corpo do animal este teve de ser substituído por outro da mesma espécie em 2006. 

 Glass, painted steel, silicone, monofilament, shark and formaldehyde solution
 2170 x 5420 x 1800 mm | 85.5 x 213.4 x 70.9

Como era de esperar, a obra de Hirst é bastante criticada, por utilizar cadáveres para criar arte e uma das suas obras — Mother and Child Divided, 1993 — chegou a ser banida de Nova Iorque. Porém, apesar (ou talvez devido a) toda esta polémica, Hirst é dos artistas mais ricos do Reino Unido e as suas obras são vendidas e leiloadas por milhões de dólares.

De facto, a obra do artista levanta diversas questões morais. Podemos nós, em pleno século XXI — quando estão a ser debatidos os direitos dos animais, nomeadamente a forma como os animais são tratados na indústria alimentar, na cosmética e em tantas outras áreas de consumo — aceitar a utilização de cadáveres animais em prol da “arte”? Parece-me condenável o uso que Hirst dá aos animais, tornando-os objetos de pura contemplação. Se quiserem podem também dar a vossa opinião sobre a obra deste artista, nos comentários

Para mais informações sobre o artista podem visitar o seu site
[de onde retirei a reprodução acima inserida]


                                                                                                                                Sara Libório

Comentários

  1. Confesso que não sou apreciadora (tampouco conhecedora) de Hirst; no entanto, podemos argumentar que o artista usa métodos científicos de apresentação e preservação de espécimes animais precisamente para sublinhar o facto de que a sociedade contemporânea reifica as outras espécies (um pouco como fazia a Pop Art com o consumo, sendo que o próprio Hirst tem algumas obras que reproduzem embalagens de produtos de limpeza à la Pop).

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