A escultura têxtil contemporânea
1. Lignes de vie, Sheila Hicks |
Com a arte contemporânea, a ideia de que o artista precisa essencialmente do lápis e do pincel torna-se obsoleta. Na contemporaneidade está explícito que a arte se pode manifestar em todos os formatos. Com isto pretendo falar um pouco da escultura têxtil contemporânea.
A arte têxtil é uma das artes mais antigas na civilização humana, mas só durante as décadas de 1970 e 1980 ganhou relevância no contexto artístico, sobretudo através do trabalho de mulheres, como Hanne Friis e Sheila Hicks. Quero aqui relevar o modo como esta forma de arte se re-inventa, reformulando técnicas antigas e dando-lhes uma nova abordagem.
Por exemplo, Hanne Friis trabalha a ganga de modo a fazer esculturas a grandes dimensões. No que se refere a Sheila Hicks, a artista enche salas com as suas criações em tapeçaria.
2. Shades of Black and Blue, Hanne Friis |
No entanto, não podia deixar de inserir uma vertente nacional através do trabalho de AnaRita de Albuquerque, que junta a feltragem com a eletrónica, numa abordagem conceptual inovadora. Quando conheci a artista, ela referiu que tinha sido um desafio unir o têxtil à tecnologia, pois teve que aprender a operar sistemas informáticos, no entanto, quando superou as dificuldades iniciais sentiu que estava realmente a criar algo de novo.
3. LOVEisLOUD, AnaRita de Albuquerque |
Por exemplo, a escultura LOVEisLOUD, acima representada foi feita para interagir com o público, tendo sido produzida com lã portuguesa e embutida de eletrónica interativa sonora. A obra convida duas pessoas a colocarem os braços dentro dela para se tocarem, ativando o sistema de som que está no seu interior. A artista pretende com isto representar que é impossível amar em segredo, pois quando o corpo é vínculo de desejo, todo o toque é som. A eletrónica interativa transmite o que o corpo sente e torna-se, assim, uma prótese indispensável.
Bibliografia de imagens
1. Site de Sheila Hicks https://www.sheilahicks.com/
2. Site de Hanne Friis http://www.hannefriis.com/html/HOK.html
3 e 4. Fotografias e informações retiradas das redes sociais do atelier da artista (VOLUMEatelier)
Ver artigo no FabLab http://novotecna.pt/fablab/?p=2730
3 e 4. Fotografias e informações retiradas das redes sociais do atelier da artista (VOLUMEatelier)
Ver artigo no FabLab http://novotecna.pt/fablab/?p=2730
Maria Beatriz Pinto
De facto, foram as artistas feministas que, a partir do final da década de 1960, reclamaram o estatuto de arte para técnicas associadas à domesticidade e ao feminino e por isso relegadas para segundo plano. Tão interessante o trabalho da AnaRita de Albuquerque; vou pesquisar mais.
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