A controvérsia em torno de Vanessa Beecroft

Na última aula falámos sobre Vanessa Beecroft, artista italiana nascida em 1969 e agora sediada nos EUA. As opiniões divergiram e algumas das colegas expressaram o seu desagrado em relação ao modus operandi desta artista. Na verdade, diversos críticos também a acusam de ser imperialista, narcisista e desumana. Há mesmo quem diga que a artista usa pessoas negras para ter sucesso com os seus trabalhos. 

No entanto, após refletir sobre as obras de Vanessa Beecroft consideradas em aula, The Last Supper (2009), VB61, Still Death! Darfur Still Deaf? (2007) e a fotografia White Madonna with Twins (2006) cheguei à conclusão que não concordo com as críticas feitas a Beecroft. Embora a artista não tenha tido as mesmas experiências que as pessoas que representa, creio que o facto de as retratar demonstra alguma empatia pelas mesmas. Acredito que o seu objetivo seja dar visibilidade às vítimas do genocídio no Darfur, aos imigrantes e refugiados e às crianças órfãs. Penso que o facto de ser "diferente" destas pessoas não constitui um argumento válido para a acusar de imperialismo ou de oportunismo.

Acredito que arte pode ser usada como um meio de intervenção social e até mesmo política por todos nós, mesmo que não nos consideremos artistas. É através dela que expressamos os nossos pensamentos, as nossas emoções, as nossas esperanças, os nossos gostos, as nossas crenças, a nossa visão do mundo e dos humanos... É uma forma de comunicação. E é também por essa razão que considero que Vanessa Beecroft pode focar-se nos problemas já referidos de forma a expressar as suas convicções. No fundo, a artista não deixa de ser humana e de ter visões do mundo e da sociedade em que vivemos.



Vanessa Beecroft

                                                                                                          Maria  Chingue

Comentários

  1. É sempre interessante trabalhar as obras desta artista pois geram imediata polémica entre a audiência e levam-nos a considerar as questões que a Maria aqui aborda.

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