NIKI DE SAINT PHALLE: SHOOTING SESSIONS


  Niki en train de viser, 1972
                                                                            fonte
Primeiramente, a artista plástica dispunha sacos de tinta e diversos objetos numa tela e cobria-os com uma espessa camada de gesso. O processo de criação final da obra era efetuado sob forma de performance à vista do público (e por vezes com a sua participação direta). Consistia em rebentar os sacos de tinta com uma caçadeira, libertando assim a cor, que escorria ao longo da superfície branca de gesso.
Há uma dimensão fatal nesta performance, Niki De Saint Phalle (1930-2002) “faz sangrar” a obra dela como podemos observar no Grand Tir. A performance torna-se catártica quando permite à artista libertar-se dos valores paternalistas e conservadores contra os quais luta.
A performer e os espetadores assistem então à destruição simbólica das “figuras de autoridade”. A natureza violenta desta performance pode ser vista como uma revolta contra a idealização da figura masculina e da sua virilidade. Aqui a artista vai usar uma atividade reservada aos homens para a sua performance. Será  uma alusão paródica ao "Action Paintings" de Jackson Pollock? De facto, ao longo da performance, ela assume uma postura extremamente “masculina” e “dominante”, de modo a lutar contra a imagem da mulher doce e delicada socialmente imposta. 

                                                        
                                                    Niki de Saint Phalle, Grand Tir, 1961
                                                                                fonte
Site da artista
 Helena Trezentos Borges

Comentários

  1. Grata pela partilha da obra desta figura iconoclasta que desde cedo se rebelou contra os ditames sociais, tendo criado, como auto-ditata, uma obra vasta e diversificada, por vezes com tonalidades violentas, como a Helena sugere.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares