Exposição: As várias fases da "Utopia"
Boa tarde colegas!
Houve há
relativamente, pouco tempo uma exposição de Cristina Troufa na Zet Gallery, em
Braga, intitulada As várias fases da utopia.
Para quem
não conhece, Cristina Troufa é uma artista plástica, que nasceu em 1974 no
Porto. Em 1998 licenciou-se em pintura na
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e concluiu o Mestrado em
Pintura na mesma Faculdade em 2012. Desde 1995 que participa em exposições
coletivas e individuais em Portugal, Itália, Espanha, Austrália, Canadá,
Dinamarca, França, Inglaterra e EUA…
A
artista tem vindo a trabalhar nesta exposição desde 2007, o seu objetivo foi
criar diferentes autorretratos. Inicialmente, começou por utilizar modelos de
pessoas conhecidas e familiares, mas foi-se apercebendo de que queria
transmitir emoções pessoais próprias, refletindo sobre um processo interior
espiritual, emocional e psicológico. Para isso, optou por ser o seu próprio
modelo e passou a fotografar-se, recorrendo a temporizadores.
O título da exposição, As
várias fases da utopia, aponta para o conceito de algo
ideal, construções imaginárias de algo
perfeito. Utopia é também uma doutrina social que aspira a uma transformação social, de acordo
com os interesses de determinada pessoa ou de dado grupo.
Troufa pretendia dar a conhecer uma parte de si, e para isso recorreu a uma
espécie de viagem entre as várias fases da sua vida. Essas fases correspondem a
todas as tentativas de auto-conhecimento, libertação e crescimento que a
artista ultrapassou durante a sua juventude, numa altura em que viveu com mais
inseguranças e medos.
Se
olharmos com mais atenção, reparamos que as pinturas apresentam um aspeto
inacabado, parece que as figuras não estão totalmente representadas, há uma
influência expressionista patente nos rostos das figuras, algumas mostram
liberdade e serenidade (provavelmente correspondem a uma fase mais pacífica e
calma da vida da artista), outras são berrantes e com um ar pesado, apontando o dedo umas às outras para se julgarem (associamos estas obras à fase mais
complicada da vida da artista, onde teve de tomar a decisão de deixar para trás
todas as suas inseguranças e revelar-se), por fim, algumas apresentam figuras de braços esticados para cima como se quisessem agarrar alguma coisa, expressando talvez o desejo de mudança.
“Eu
exploro o meu interior. O meu trabalho são conversas que tenho comigo própria e
com Deus, em quem eu acredito, e que depois passo para a tela de forma mais
simbólica, usando metáforas” (Cristina Troufa).
Sem
dúvida que, para além de obras muito interessantes por toda a sua composição e
estrutura, são, também, uma enorme fonte de inspiração para qualquer pessoa.
Transmitem a mensagem de que devemos, constantemente, tentar alcançar um
patamar superior àquele em que nos encontramos, devemos superar-nos e conhecer
o nosso lado mais livre, estarmos sempre em progresso e mudança. Enquanto seres humanos devemos assumir que estamos sempre em
transformação física e psicológica. É é isto que Cristina Troufa quer transmitir.
Aconselho-vos a darem uma vista de olhos às obras.
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